Por que internar involuntariamente uma pessoa que usa drogas?

Por que internar involuntariamente uma pessoa que usa drogas?
Por que internar involuntariamente uma pessoa que usa drogas?

Por que internar involuntariamente uma pessoa que usa drogas?

Por que internar involuntariamente uma pessoa que usa drogas? A dependência química é uma doença complexa que afeta não apenas quem faz uso de substâncias, mas também toda a família e o círculo social ao redor. Muitas vezes, o dependente não reconhece que precisa de ajuda e rejeita qualquer tipo de tratamento. É nesse contexto que surge a dúvida: quando a internação involuntária pode ser necessária e por que realizá-la?

Neste artigo, vamos explicar de forma clara o que é a internação involuntária, quando ela pode ser indicada, quais os benefícios e como esse recurso pode salvar vidas.

O que é a internação involuntária?

A internação involuntária é uma modalidade de tratamento em que a pessoa dependente química é encaminhada para uma clínica ou centro especializado sem seu consentimento, por solicitação da família ou responsável legal, e com avaliação médica obrigatória.

Esse procedimento está previsto na Lei 13.840/2019, que regulamenta as medidas de combate ao uso de drogas no Brasil. A lei determina que a internação involuntária:

  • Só pode ocorrer mediante laudo médico que comprove a necessidade.

  • Deve ser comunicada ao Ministério Público em até 72 horas.

  • Terá prazo máximo de 90 dias, salvo recomendação médica.

Ou seja, trata-se de uma medida legal, segura e monitorada.

Por que considerar a internação involuntária?

Muitas famílias relutam em buscar esse recurso por acreditarem que a decisão pode ser uma forma de punição. Porém, a verdade é que a internação involuntária pode ser um ato de amor e a única chance de salvar a vida de quem perdeu o controle do próprio comportamento.

Entre os principais motivos para considerar essa medida estão:

1. Perda total do controle sobre o uso

Quando a pessoa já não consegue parar de usar drogas por conta própria e coloca sua vida em risco, a internação involuntária pode ser a única saída.

2. Risco para a vida do dependente

Casos em que o usuário apresenta overdoses, desnutrição, doenças associadas ou está exposto a situações de violência exigem intervenção imediata.

3. Agressividade ou risco para terceiros

Alguns dependentes, sob efeito de drogas, podem se tornar agressivos ou colocar outras pessoas em perigo. A internação evita danos maiores.

4. Negação da doença

É comum que o dependente químico não reconheça o problema. Enquanto nega, recusa qualquer tipo de ajuda, mesmo quando a situação está crítica.

5. Chance de reabilitação

A internação involuntária oferece ao paciente um ambiente controlado, seguro e livre de drogas, condição essencial para iniciar um tratamento eficaz.

Benefícios da internação involuntária

Quando realizada de forma ética e em clínicas especializadas, a internação involuntária traz diversos benefícios:

  • Proteção imediata da vida do paciente, afastando-o das drogas e ambientes de risco.

  • Estabilização clínica e emocional, com suporte de médicos, psicólogos e psiquiatras.

  • Início do processo de desintoxicação de maneira segura.

  • Acompanhamento terapêutico para tratar não apenas a dependência, mas também questões emocionais e traumas.

  • Envolvimento da família no tratamento, fortalecendo vínculos e criando uma rede de apoio.

  • Preparação para a reinserção social, com atividades ocupacionais e educativas dentro da clínica.

Aspectos legais e éticos

Um ponto importante a destacar é que a internação involuntária não deve ser usada como punição, mas sim como medida de saúde. Por isso, só pode ser feita em clínicas autorizadas e com a supervisão de profissionais qualificados.

Além disso, o procedimento precisa ser avaliado periodicamente, respeitando os direitos do paciente. O objetivo é sempre garantir que a internação seja temporária, dando condições para que a pessoa recupere autonomia e volte a viver em sociedade.

O papel da família nesse processo

A decisão de internar involuntariamente um ente querido é sempre difícil e carregada de emoções. No entanto, quando o dependente químico já perdeu o domínio sobre sua vida, a família precisa agir com firmeza e responsabilidade.

O envolvimento familiar não termina com a internação. Durante o tratamento, é fundamental participar de encontros terapêuticos, receber orientação profissional e aprender a lidar com a dependência de forma saudável.

Essa participação fortalece o processo de recuperação e reduz as chances de recaída após a alta.

Conclusão

A internação involuntária de uma pessoa que usa drogas é uma decisão delicada, mas em muitos casos é a única alternativa para preservar a vida e dar início a um processo de recuperação.

Esse recurso, quando utilizado de maneira responsável e dentro da lei, permite que o dependente tenha acesso a cuidados médicos, apoio psicológico e um ambiente seguro para recomeçar.

Lembre-se: a dependência química é uma doença e precisa ser tratada com seriedade. A internação involuntária não é um ato de imposição, mas sim um ato de amor, capaz de oferecer esperança para quem já não consegue lutar sozinho.